quinta-feira, 6 de agosto de 2009

COMENTÁRIO: UMA ALIANÇA QUE MUDOU A BAHIA

O fim da aliança entre o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima foi o fato político que mais movimentou a Bahia neste 2009. Na verdade, parecia uma novela interminável que, seguramente, começou no primeiro ano da administração Wagner. O projeto politico-eleitoral concebido na campanha de 2006 foi exitoso até certo ponto, e descarrilou posteriormente, na medida em que o ministro manifestou, a princípio em privado e, depois, abertamente, a sua pretensão de ser candidato ao governo da Bahia. Os dois pólos da aliança que derrubaram o carlismo - o governador e o ministro - passaram a se desentender. Afinal, a mesma aliança poderia apresentar dois candidatos ao Senado, já que serão duas as vagas em disputa, mas não para o governo da Bahia, em 2010. Os desencontros evoluíram, marcaram a eleição municipal de Salvador, no ano passado, e desaguaram com diferenças já profundas neste 2009. Há um ano, talvez um pouco menos, o ministro publicou um artigo em A TARDE, fixando a sua posição, por mim, aliás, comentado. Deixou absolutamente claras as suas posições. Posteriormente, estabeleceu-se que setembro próximo seria o mês da decisão. Não deu para chegar até lá. A temperatura política entre os dois subiu além do imaginável e detonou o mercúrio do termômetro. Nesta quinta feira, chegou ao fim de linha. Ocorreu, afinal, o divórcio, ou a ruptura mais anunciada dos últimos tempos na política baiana. A situação ainda permanecerá tensa nos próximos dias. Tudo dentro da normalidade que uma ruptura política normalmente acarreta, se é que se pode chamar de “normalidade”. Bem, as alianças estão, afinal, quebradas. As notas (ler abaixo) do governador Wagner e do ministro Geddel Vieira Lima são duras, evidentemente. Esse processo, reafirmo, aconteceu num crescendo, de forma explícita e em nada surpreende. Contornos definitivos foram postos nas últimas 48h com a entrevista do governador Jaques Wagner à TUDO FM, cuja síntese, em seqüência, foi posta neste site, impactando á política estadual. Entrevista, aliás, com larga repercussão. Aconteceu na rádio vinculada ao “Bahia Noticia”, mas se registraria, de uma forma ou de outra, nesses dias que restam de agosto. A política baiana, assim, muda mais uma vez, dentro de um processo absolutamente democrático, aberto e plural.
(Samuel Celestino)

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