terça-feira, 31 de março de 2009

GEDDEL: SEM CACIFE

A pesquisa do Datafolha confirma o que já escrevi sobre Geddel Lima, porém traz um fato novo: ele só vale 2% de intenções de voto para Wagner. Que Geddel não tem votos para se eleger governador da Bahia, isso eu sempre soube. Seu jogo é fingir que tem cacife e ameaçar sair candidato contra Jaques Wagner. Pago para ver... Geddel quer apenas forçar o PT a lhe dar o máximo de secretarias e órgãos, em troca de "desistir" da candidatura ao governo e "aceitar" para senado. Mas a pesquisa pode melar isso. Ela mostrou que o apoio de Geddel só rende entre 1% e 2% a mais de intenção de votos para Jaques Wagner. Basta olhar os números das simulações feitas pelo instituto. Nas duas em que Geddel não aparece como candidato, apoiando Wagner, o governador passa de 36% das intenções de voto para 37% em uma e 38% na outra. Ou seja, de 1 a 2 pontos. Nas duas em que Geddel é listado entre os concorrentes, seu desempenho reitera tudo o que já escrevi: em uma fica com 7% empatado com Varela. Na outra marca 8%. O resultado do Datafolha gerou um efeito raro no PMDB/Ba. Geddel se calou, Lúcio se calou. Na verdade, o eleitor calou ambos na pesquisa. Quem ficou bem na fita foi Jaques Wagner. O eleitor deu a ele entre 36% e 38%, contra índices que variam de 17% a 19% para Paulo Ganem Souto, 10 a 14% para Cesar Rabelo Borges e 17% para ACM Neto. É uma mostra de que o baiano não tem saudades do carlismo, nem vê no pessoal do Demo méritos para governar o estado de novo, depois de 16 anos de muita propaganda e pouco benefício. Para mim, deviam fazer outra pesquisa, dentro da lógica eleitoral da Bahia. Cesar e Neto não são candidatos, mesmo que digam ser. Apoiam Souto. Geddel não é candidato. Apoia Wagner, assim como Lídice. Já Varela, ninguém sabe quem ele vai apoiar. Talvez nem o próprio Varela... Um dado interessante é a pesquisa espontânea. Nela, o eleitor é perguntado sobre seu candidato a governador sem lista de nomes. Tem que lembrar sozinho dos políticos, daí a importância. Nela, a dianteira de Wagner é muito maior que na estimulada. Ele é citado por 24%, contra Paulo Souto com 4%, ACM Neto com 3%, Geddel com 2% e Borges com 1%. Note que Neto acaba de sair de uma eleição a prefeito de Salvador. Como para tudo existe uma versão, a oposição diz que "o voto somado" de Souto, Borges e Geddel empata com Wagner. Pura malandragem carlista. Eles sabem que não se soma intenção de votos. O fato dos caciques decidirem se unir não significa que seus cabos eleitorais vão seguí-los, basta ver a adesão de Fábio Santana a Juçara em Itabuna. O eleitor não adere automaticamente. O eleitor de Geddel, que viu ele combater o carlismo a vida (quase) toda, enguliria o apoio a Souto? Improvável. Souto deve ter o apoio de Borges, na união das viúvas de ACM, assim como Wagner terá o de Lídice e, depois de muita malandragem, idas e vindas, ameaças de candidatura e desmentidos, de Geddel.
por: Marcel Leal

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